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E SE O GAYDAR REALMENTE EXISTISSE?  
“Gaydar” foi um dos destaques do RioFGC 2012.

POR FELIPE CABRAL
 
   
 
 
   
Em tese, todo gay teria uma espécie de sexto sentido que o permitiria identificar outro gay. Esse “radar” interno costuma ser chamado, entre amigos, de “gaydar”. Na noitada, na academia, na faculdade, bastaria uma olhada rápida e um pouco de intuição para sentir se alguém leva jeito para a coisa. Imagine, então, se existisse realmente um aparelho capaz de identificar com precisão se alguém é gay ou não? Essa é a premissa do meu primeiro curta-metragem, “Gaydar”, premiado como Melhor Curta-Metragem pelo Júri Popular no Rio Festival Gay de Cinema, em 2012.

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Brincadeiras à parte, estudos realizados recentemente comprovaram ser possível identificar a orientação sexual de alguém só pela sua aparência, mas que isso não significa que sempre vai dar certo. No curta, interpreto Rafael, um jovem de vinte e poucos anos que está cansado de só chegar em caras héteros. Querendo se precaver de mais decepções na hora da paquera, ele consegue comprar um aparelho no mercado negro, o gaydar.




Na ficção, ao apontar o gaydar para alguém você verá ou uma luz verde, indicando que a pessoa é gay, ou vermelha, indicando que é hétero. Aliás, como curiosidade, usamos nas gravações um aparelho chamado “gaydar” mesmo. Calma, ele não funciona do mesmo jeito que no filme. Trata-se de um brinquedo que pode ser comprado em lojas nos EUA, bem baratinho, por sinal. Na vida real, quando você aperta o botão “gay” desse brinquedo, ele diz: “Oh, you´re so gay”. Também tem senso de humor, como podem ver.
 

No filme, quis brincar com a ideia do que aconteceria se esse aparelho realmente existisse. Não seria uma invasão de privacidade na vida de todo mundo? Mas, ao mesmo tempo, não mataria muita curiosidade? Na história, vemos uma época onde o gaydar foi proibido de ser comercializado por causar muitos problemas. Os enrustidos estavam traumatizados, casamentos foram desfeitos no altar, pais apontaram para seus filhos, galãs de novelas foram expostos na mídia, um verdadeiro caos. Rafael, em determinado momento do filme, diz para uma amiga: “Eu prefiro alguém 100% gay e você deveria preferir alguém 100% hétero”. Ele não quer mais quebrar a cara e acredita que com o aparelho tudo estará resolvido. Mas, peraí, será que é assim que banda toca? Ter certeza sobre o outro não mata um pouco do mistério, não tira um pouco a graça do flerte? E mais, hoje em dia, o quão importante é saber se alguém é 100% gay ou hétero?


Quando escrevi esse meu primeiro roteiro, criei um personagem angustiado por não querer mais se decepcionar. Era oito ou oitenta. Ou é ou não é. Com o tempo, veio meu segundo roteiro, já filmado, em fase de finalização, chamado “Rótulo”. Nele, dou um passo além nessa temática e resolvo abordar a necessidade que temos de rotular os outros. Bi, hétero, gay, viado, bichinha, e por aí vai. Se no “Gaydar” bastava um simples clique para ter a resposta, no “Rótulo” as coisas não são assim. Porque as coisas não são assim, afinal.

Sobre o filme: facebook.com/gaydarofilme
 
 
         
Formado em Jornalismo e Artes Cênicas no Rio de Janeiro, FELIPE CABRAL trabalha como ator, autor e diretor. Cria da tradicional escola de teatro O Tablado, é co-diretor do FESTU Rio - Festival de Teatro Universitário. Protagonizou o seriado "Quero Ser Solteira", no canal Multishow, além de assinar seu roteiro. Depois de dirigir e atuar no seu premiado curta-metragem "Gaydar', está em fase de finalização do seu segundo filme, "Rótulo", com estreia prevista para 2014. Seu último trabalho na televisão foi uma participação na novela "Salve Jorge". Dentre seus mais recentes trabalhos no teatro estão os espetáculos "Norma", "Vermelho Valentino", "Lava-se Roupa Suja" e "O Dragão Verde".
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
         
         
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