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O Documentário “Retratos”, dirigido por Leo Tabosa e Rafael Negrão, conta a história de 06 (seis) travestis que desempenham atividades profissionais, desvinculadas da prostituição, no Estado de Pernambuco. O vídeo mostra como a vida de cada um deles pode ser tão comum quanto a de qualquer outra pessoa.
O filme nasceu de uma pesquisa realizada pelos diretores quando cursavam Jornalismo na Universidade Católica de Pernambuco, quando perceberam que a mídia reforçava depreciativamente a imagem dos travestis nos meios de comunicação, onde eram sempre pautados nas páginas e programas policiais, como pervertidos, transgressores e, até mesmo, aberrações.
Os diretores pesquisaram, na época, filmes nacionais de curta-metragem, reportagens e artigos que abordavam gêneros e sexualidades no Estado de Pernambuco. Tudo apontava para uma única direção: o travesti estava sempre relacionado à prostituição, drogas, escândalos e pequenos furtos.
Preocupados em não repetir velhos estereótipos e abordagens, trouxeram os travestis à luz do dia, retirando-os, em se tratando de pauta, das páginas policiais para as de comportamento.
O travesti sempre foi estigmatizado como objeto sexual, com participação ativa no universo da prostituição. Porém, esse estigma faz com que muitos não tenham acesso livre à educação, principalmente pelo preconceito, levando-os a um baixo nível de instrução, reduzindo as suas opções de trabalho. Consequentemente, a prostituição acaba se tornando uma forma de sobrevivência, embora não seja a única opção como mostra a mídia.
O objetivo do documentário não era debater a prostituição ou discutir o que é certo ou errado. Não havia interesse em emitir julgamentos morais sobre a vida particular dos personagens. A preocupação era mostrar um novo olhar, uma nova abordagem sobre um tema, injustamente, desgastado pela mídia.
No filme “Retratos” não há discussão, drama ou sentimentos de culpa. Era preciso valorizar o ser humano em sua essência, seja negro, branco, alto, baixo, magro, gordo, rico, pobre, doente, sadio, gay ou hetero. Não importa.
Assim, o documentário desconstruiu a imagem estereotipada do travesti transmitida pela mídia, através do cotidiano de cada personagem: família, trabalho, universidade, casa e lazer. Sem colocá-los como vítimas de uma sociedade injusta e hipócrita.
O filme vem conquistando, desde 2010, as plateias de festivais nacionais e internacionais de cinema. |
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LEO TABOSA é Diretor, Roteirista e Gestor cultural. formado em Jornalismo e História. É especialista em História Regional do Brasil: Nordeste e Pós Graduando em Estudos Cinematográficos pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).
Atualmente exerce a função de Gestor Cultural, também, pela Universidade Católica de Pernambuco.
Em 2008, venceu o concurso Prêmios Literários Cidade de Manaus, prêmio Ademar Bonates, com a obra Mandacaru Selvagem, na categoria melhor texto teatral para adultos e, em 2011, recebeu Menção Honrosa, com a obra Vidas Passadas e Engomadas, na mesma categoria.
Em 2013, publicou o livro infantil “As Aventuras do Menino Pontilhado”, pela Editora Oceano.
No cinema produziu: Retratos (2010), O voo da Fênix (2011) e Tubarão (2013) |
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